♒ нomε swεετ нσmε!

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terça-feira

Apostas do Destino (parteII).

Apostas do Destino
Capítulo II

Mione estava andando em direção do banheiro feminino do quarto andar. Estava num intervalo entre suas aulas então não precisava correr. Triste e entediada, ela entrou no banheiro e foi até a primeira pia. Depois de lavar as mãos e o rosto, seco-os e ficou olhando seu reflexo no espelho. Já havia voltado a ser o que era, já estava feia novamente. Não importa quanto tentasse, ela nunca seria bonita suficientemente para alguém olhá-la de verdade.

Ela encostou a mão no vidro, passando-a pelo seu reflexo, como se com os dedos ela pudesse melhorar suas feições, mas não conseguiu o impossível, tirando a mão o espelho. Triste, colocou as mãos sobre a pia e olhou para os pés. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Quebrando o silêncio, ouviu alguns passos se aproximando e de repente, parando. Olhou para o espelho novamente. Como ele era direcionado para a porta, ao fundo viu o reflexo dele. Achou que era apenas uma ilusão sua, por isso, virou-se para a porta e se surpreendeu vendo que era ele mesmo. Por mais incrível que parecesse era Draco Malfoy mesmo. O loiro não tinha expressão alguma no rosto. Ele se aproximou em silêncio e, frente a frente com Mione, olhou fundo nos olhos dela.
~*
Para a infelicidade dos alunos de Hogwarts, o domingo passou rápido e logo já era segunda. Naquela semana começavam as revisões para os exames, deixando os alunos mais ansiosos. O stress estava em alta na escola, era praticamente uma moda que todos seguiam. E por causa disso, era normal ver colegas discutindo em todo o canto.

Mione tentou não ficar mais estressada que o necessário. Fez o impossível e o improvável para se concentrar nos estudos, até mesmo nos horários vagos. E foi num desses horários vagos antes do jantar que Mione estava estudando perto do lago, como sempre, que Draco se aproximou dela. Para a surpresa da garota, ele estava sozinho, mas estava com aquele sorriso sarcástico de sempre.

O loiro se sentou ao lado da morena. Melhor dizendo, não do lado, muito mais próximo que o normal. ‘O que você quer?’, ela perguntou fria e seca, sem tirar os olhos do pergaminho e continuando a escrever.

-Arg. Estranhei você estar sem seus... hum. Amigos. – ele disse, com desprezo e nojo na voz.

-Estranho é você estar sozinho. Seu ego cresceu tanto que a distância que seus amigos devem estar de você aumentou? – ela disse irônica.

-Há, há. Engraçadinha. – ele respondeu também irônico e depois ficou quieto. Mione continuou escrevendo, fingindo não saber que o loiro estava ali. Ele a observava de cima a baixo com desprezo. Depois, olhou para o lago, para mudar a visão. Não agüentava ficar tão próxima dela e ainda ter que ficar olhando-a por muito tempo. Depois de um tempo, a garota levantou a cabeça e vendo que ele ainda estava ali, suspirou entediada e jogou a pena no tinteiro.

-O que é que você quer? Fala de uma vez! – falou a garota, irritando-se – Se você veio me tirar do sério, desculpa, mas eu tenho coisas mais importantes pra fazer hoje. Se bem que qualquer coisa é mais importante que você. Então, seja rápido.

-Ah, e você se julga muito importante, não? Você não passa de uma sangue-ruim, quando vai entender isso? – Draco revirou os olhos e voltou a olhar pro lago. Mione olhou feio para o garoto, mas não deixou por aquilo mesmo.

-E foi isso que veio me dizer? Se foi, parabéns, já conseguiu provar que você não tem criatividade pra achar algum xingamento. Agora já pode ir embora. Você está poluindo o meu ar.

-Quem está poluindo o ar aqui é você. E não, não foi pra isso que vim. Eu ia conversar com você como pessoas civilizadas, para acabar com nossas diferenças. Mas você acabou de provar que isso não é possível com pessoas da sua laia.

-Obrigada pelo elogio. – Mione retrucou, dando um sorriso. Draco sorriu irritado, depois se levantou e se afastou da garota. Onde estava com a cabeça? Pedir a ajuda de Hermione Granger? Não precisava dela, arranjaria alguém muito melhor.
~*
Depois de passar pelos jardins de volta, todo enfezado, Draco passou pela porta entrada do castelo e avistou Thomas Erilcky no Hall de Entrada, aguardando-o, cheio de esperança e sorridente, como sempre.

-E então? Como foi? – perguntou Thomas vendo o amigo loiro se aproximando. Draco o olhou com cara de bunda, irritado.

-O que você imagina? Aquela garota é estúpida. Não tinha nada que fosse um pouco melhor? Nem precisa ser muito, só um pouco já é o suficiente!

-Ah, não exagera, Malfoy. Ela é gostosinha, vai? – o amigo tentou animá-lo.

-Então vai você com ela, porque nem pagando eu me aproximo daquela garota de novo. – ele ia se virar e seguir para o salão comunal descansar um pouco antes de jantar, mas Thomas o segurou pelo ombro e o puxou de volta.

-Ow, quem é que queria se vingar da ex-namorada?

-Para com essas, vai?

-Não, não. Quem é que queria?

-Ta, eu queria, mas ela não merece tanto.

-Merece sim, Malfoy. Amanhã você vai tentar de novo. Você não está entendendo que ela é sua única chance?

-Quem não está entendendo é você: eu desprezo até o fio de cabelo daquela garota e ela não quer me ver nem pintada de ouro. – Draco estava começando a se cansar da insistência do garoto depois de um dia todo o ouvindo insistir que ele fosse falar com Hermione.

-Pode deixar que amanhã eu vou falar com e preparo o terreno para você. Aposto que você não quer falar com ela porque sabe que ela é muito difícil. – Erilcky desafiou o amigo.

-Se eu a quisesse, eu a conseguiria sozinho. Uma garota que nem a Granger são dois palitos. – retrucou Draco, cerrando os olhos.

-Ah, duvido. Uma daquelas? Nunca que você ia conseguir. – continuou Thomas em tom desafiador.

-Se eu quisesse, eu conseguiria. – perdendo a paciência, Draco disse.

-Quer apostar?

-Essa garota não vale uma aposta. – Draco virou-se em direção das masmorras e já estava andando em direção delas, mas Thomas conseguiu que voltasse com apenas uma frase.

-Você está com medo de perder. – ele disse, sorrindo maliciosamente. Draco virou-se novamente para o amigo e olhou desafiador. Andou até Thomas e frente a frente, falou, com bastante firmeza:

-Você quer apostar? Então vamos apostar.
~*
Dando o horário do jantar, Mione correu para o salão comunal para deixar o material que estava usando e depois desceu rapidamente para o salão principal. Lá encontrou uma arrumação diferente. Ao invés das quatro mesas compridas, haviam muitas outras mesas médias e várias um pouco menores que essas, algumas já ocupadas. Ela procurou Ron e Harry com os olhos. Eles estavam sentados numas das mesas menores com Neville, Luna, Gina, Dino, Simas, Lilá e Parvatil. Além do lugar que Mione ocupou, ainda restaram dois lugares, que ficaram vazios por um longo tempo. Aos poucos, o salão foi enchendo, o barulho costumeiro crescendo. As mesas foram ocupadas pelos alunos, misturando casas e anos. Observando o lugar, Mione chegou a conclusão que era bem melhor assim, pena que era apenas no jantar.

Mas logo a morena foi tirada de seus pensamentos. Ron, que estava do seu lado, cutucou-a e perguntou ‘Você já conseguiu um par?’.

-Ah, Ron, para com isso. Só faz um dia, não enche, vai?

-Ué, você não era a super poderosa Mione?

-Cala a boca. – irritada, a garota virou o rosto em direção da porta. No momento em que ela olhou, Draco Malfoy e companhia entravam no salão. Irritada, ela virou o rosto novamente, só que para os amigos. – Loiro oxigenado irritante.

-O que foi? – perguntou Ron, ouvindo a reclamação da morena.

-Hoje a tarde aquele estúpido do Malfoy veio falar comigo. É impressionante como ele consegue me irritar.
~*
O jantar fora mais divertido que o normal e parecia que tinha passado muito mais rápido. A comida também parecia estar com um gosto mais gosto. Tudo parecia estar melhor, pelo menos para Hermione. E mesmo tendo se irritado com Malfoy na tarde daquele dia e tendo que fazer ronda naquela noite, o dia estava indo bem. Depois do jantar, ela voltou para o salão comunal, onde estudou mais um pouco antes de sair com Rony para a ronda noturna. Fora do salão, se separaram para fazer seus serviços.

Em silêncio, enquanto fazia a ronda, Mione pensava nas probabilidades que existiam de alguém a convidar para o baile. Entristeceu-se vendo que elas eram quase nulas. Se bem que no último baile, Viktor havia convidado-a, mas Viktor não estava lá e ninguém de Hogwarts a convidaria. Além de se sentir humilhada no baile por não ter nenhum par, ela ainda teria que ser escrava de Ron por duas semanas. Pior castigo que aquele? Nenhum. Sua situação era desesperadora.

Perdida em seus pensamentos, ela não prestava atenção por onde andava, por isso acabou trombando com alguém, tropeçando nos pés desse alguém e caindo no chão. ‘Não olha por onde anda não?’ ela perguntou, irritada, se levantando. De pé, ela continuou ‘Podia pelo menos ter me ajudado a levantar’. Depois de se recompor, ela olhou para a pessoa com que trombara. Draco Malfoy, sempre Draco Malfoy. ‘Tinha que ser’, ela pensou.

-Acho que quem não olha por onde anda é você.

-Ah, cala a boca, garoto. E para de me perseguir. – a garota se virou e começou a andar, a fim de continuar sua ronda, mas o loiro foi atrás dela, segurou-a pelo braço e a virou para si. – O que você quer? – perguntou ela, sem paciência.

-Me disseram que você está desesperada porque vai ficar sem par, afinal, ninguém vai te convidar. Se quiser... – ele disse, sorrindo sarcástico, como sempre. A garota se soltou das mãos do loiro e limpou o lugar segurado por ele.

-Acho que quem está desesperado é você. O que foi? Perdeu seu charme, é? – ela respondeu, sorrindo, depois se virou e começou a andar.

-Eu quero você, Hermione. – ele disse sério. Mione gelou. Draco Malfoy nunca a chamara de Hermione. Sempre encontrava um jeito de chamá-la por um xingamento, até mesmo usando apenas seu sobrenome. No interior, sabia que ele estava zoando com ela, mas mesmo assim, se assustou. E assustada, ela virou de volta para o garoto.

-O que você disse?

-Ah, mas é burra. Você acreditou.

Draco lançou um sorriso para Mione, mas ela fechou a cara, irritada. ‘Idiota’, ela bradou e depois, virou-se e saiu andando. ‘Como alguém consegue ser tão estúpido?’ ela pensou, perguntando a si mesma.
~*
Como todas as aulas que Mione tivera na segunda, a aula de História da Magia foi uma revisão. Normalmente nessa aula os alunos costumam dormir, não pela matéria em si, mas pela forma de explicar do professor. O jeito de falar e a voz dele são soníferos para os alunos. Mas naquela aula, todos permaneceram acordados. O professor não falou nada durante a aula, apenas passou uma lista de exercícios de revisão para os alunos, deixando-os livres para conversar durante a aula, desde que fizessem os exercícios.

Sentado do lado de Ron, o ruivo fez questão de colocar pressão na amiga. ‘Será que hoje você arranja um par? É bom correr. Se não vai ficar sem! E ai, vai ser minha escrava por duas semanas’.

Mione olhou feio para o amigo, irritada, não pensou em nada, simplesmente pegou suas coisas e mudou para uma mesa vazia. Achou estar a salvo, mas então olhou para seus arredores. Draco Malfoy estava sentado a apenas duas mesas atrás dela e a mesa seguinte dela estava vazia. O loiro oxigenado trocou de mesa também e se sentou atrás da morena.

-Olá minha sangue-ruim preferida.

-Ah, oi colega estúpido.

-Quando você vai conseguir me cumprimentar sem um xingamento?

-Quando seu ego diminuir, quem sabe?

-Nossa, essa me atingiu. Merlin, como você é poderosa. E então, não conseguiu ficar longe de mim?

-Da onde você tirou essa idéia?

-Oras, você mudou de lugar. É óbvio que é para ficar perto de mim. Desculpa Granger, mas comigo você não tem chance, nem nascendo de novo.

-Quem pediu pra ser meu par foi você, lembra? Acho que é o contrário. Quem não tem chance é você. Agora, me dá licença. Volta pro seu mundinho, vai. E me deixa quieta.

-Ui, ta nervosa. Ta bom então. Quando você precisar de mim, a gente conversa. – ele empurrou o queixo da morena, sorrindo e depois voltou para seu lugar. Durante o resto da aula, o garoto ficou quieto. Não encheu a garota a aula toda, surpreendendo-a. Ela até olhou para trás para ver se ele não estava zoando-a com os amigos em silêncio. Mas o que não foi sua surpresa é que eles não estavam mais na sala. Pelo menos assim, ele não a irritaria.
~*

O resto da semana passou muito rápido, principalmente porque alguns professores liberaram os alunos de algumas aulas a fim de dar-lhes mais tempo para estudar para os exames. Alguns até aproveitaram o tempo a mais para realmente estudar, mas a maioria gastou-o fazendo nada, conversando com os amigos ou paquerando um par. Por causa disso, no final de semana seguinte a maioria dos alunos já tinha um possível parceiro. Se nada de errado acontecesse, não teriam que ficar desesperados dois dias antes do baile a procura de alguém.

Mione, infelizmente, não tinha par. Apesar de haver mais duas semanas antes do baile, não havia muito tempo para procurar, afinal, precisava de um par para os jantares ‘preliminares’, por mais que achasse aquilo uma idiotice. Mione ainda estava de boa, mas não ia ficar assim por muito tempo, visto que alguns dos possíveis garotos já tinham par. Mas não era motivo para se desesperar, por enquanto.

Durante aquela semana, Draco Malfoy a perseguiu pela escola toda, cada vez de um jeito: às vezes irritante, às vezes sarcástico, às vezes irônico, às vezes maldoso, às vezes até engraçado, mas sempre insuportável. Mas sempre que ele vinha conversar com ela, estava sozinho e eles sempre acabavam discutindo, e isso já estava cansando a garota, até estava ficando sem argumentos.

Para piorar, todos os dias Ron fazia questão de lembrar Mione que ela estava sem par e que ela ia perder a aposta, fazendo-a até cogitar em convidar Malfoy para ir ao baile. Mas então lembrava que era o loiro oxigenado e que ela não podia convidar seu par, se não perdia a aposta também. Mas ainda estava calma, precisava ficar calma. Era domingo e no dia seguinte as provas começavam. Não podia entrar em desespero por nada. Por causa dos exames, ela foi dormir mais cedo no domingo. Ao deitar na cama, dormiu mais do que rápido e nem rolava na cama, mesmo ansiosa.
~*
Hermione estava correndo contra o relógio. Havia acordado se atrasado para o almoço e, conseqüentemente, estava atrasada para o exame daquele dia. Depois de engolir o almoço todo em poucas garfadas, ela correu escadas acima, para a sala de aula. No meio do caminho, encontrara Ron, que a parara para conversar.

-Ron, eu to atrasada!

-Eu sei. Mas eu preciso saber uma coisa.

-Fala logo então.

-Você já arranjou um par?

Mione ficou irritada. Não acreditou que o amigo a parara só para colocar pressão nela. Ela apertou as mãos de raiva, virou-se sem dizer nada e saiu andando em direção ao seu destino.

~*
O primeiro exame de Hermione, o de Runas Antigas, não estava nada fácil. Depois de terminá-lo, a garota estava desgastada até os ossos. Para sua sorte, nas semanas de provas não havia nada além dos exames durante o dia. Parecia uma forma de deixar o aluno mais a vontade e dar-lhe mais tempo para se preparar para as provas seguintes estudando ou relaxando.

Como já tinha estudado para todas as provas, ela decidiu por relaxar. Chamou Harry e Ron para jogar xadrez de bruxo, mas ambos estavam no desespero deles para estudar. ‘Eu avisei’, ela disse, vendo-os se descabelando. E depois, foi passear sozinha. Andando pelo castelo percebeu que ela era uma das poucas pessoas que estava tentando relaxar. Os outros deixaram para estudar tudo na última hora. ‘Irresponsabilidade dá isso’, pensou, quando passou perto da biblioteca e viu-a lotada, como sempre.

-Granger. – ela ouviu. Infelizmente, reconheceu a voz, mas se virou do mesmo jeito para ver quem era. Entediada, não se surpreendeu ao ver que era Draco Malfoy.

-O que você quer? – ela perguntou seca. Percebeu então que repetira muitas vezes essa frase durante aquela semana, e todas com Draco Malfoy. ‘Olha que bela forma de gastar meu latim’, pensou.

-Continua sem par, não?

-O que isso importa pra você?

-Na verdade, nada. Eu tenho até pena de você. Vai ser humilhada, a única sem par no Baile de Inverno. Coitadinha! – falou ele, sarcástico. Mione fez uma careta e retrucou.

-Se eu ficar sem par ou não isso é um problema só meu, ta?

-Mas eu posso te livrar desse problema. – ele disse, se aproximando dela, com um sorriso malicioso – Você pode ir comigo.

-Ir com você? Eu prefiro ir com um hipogrifo, por favor. – ela disse, empurrando-o para longe. Mas então parou e pensou. A voz de Ron ecoou em sua cabeça ‘E ai, vai ser minha escrava por duas semanas’. Será que aquela aposta valia seus princípios? Se valia ou não, ela não podia e nem iria perder. – Bom, fique claro que não somos amigos. – ela completou.

-Ótimo. – ele disse, então. – Me aguarde no Hall hoje antes do jantar. – e depois, ele foi embora, deixando a garota atordoada com seus pensamentos.

-Onde esse mundo vai parar? – ela perguntou para si mesma.
~*

Draco sentou-se no sofá do salão comunal a frente de Thomas. Erilcky sorria e por um momento, Malfoy desejou tirar aquele sorriso do rosto do amigo. Mas isso ele faria depois, ganhando a aposta.

-Então, aquela sangue-ruim nojenta é mais fácil que eu imaginava. – Draco comentou com o outro loiro.

-Ah é? Teve avanços?

-Ela aceitou meu convite para o baile.

-Para pessoas que se odeiam, vocês tão muito rápido não?

-Ela estava desesperada, eu vi isso nos olhos dela. Coitada. Quem em sã consciência a convidaria?

-Você? – Thomas zoou o amigo, sarcástico.

-Isso é diferente. Nós temos uma aposta em jogo! – protestou Draco – Se não fosse por isso, ela levaria um chá de cadeira e eu ia rir por um bom tempo.

Os dois loiros riram por um momento, imaginando a morena sozinha no baile. E depois ficaram por uns instantes em silêncio. Thomas ia falar quando Pansy se aproximou e, de pé, tentou conversar com Draco.

-Draco, posso falar com você? – mas o loiro a ignorou completamente. Nem sequer se deu ao trabalho de olhar para a garota. Pansy então o cutucou. – Draco, por favor! Fala comigo.

-Eu não tenho nada para falar com você. – ele disse, irritado, virando-se para a garota. Pansy arregalou os olhos por um instante, assustada. Depois que se acalmou, ela fez que ia falar, mas Draco percebeu e logo a cortou – Não, eu não vou com você no baile. Sim, eu já tenho um par. Agora vaza daqui, não agüento respirar o mesmo ar que você por muito tempo.

Os olhos da garota encheram-se de lágrimas. Chorando, ela se afastou e correu para seu dormitório. Draco nem se virou para olhá-la correndo. No fundo ainda se importava com ela, mas tinha que ser forte e fingir que ela não era nada.

-Pegou pesado, Malfoy. – Thomas recriminou o amigo.

-Você é estranho. Diz que eu tenho que me vingar e até me incentiva a continuar na vingança e depois, dá pra trás e fica com pena da Pansy. Decida de uma vez de que lado você está! E se você der pra trás e falar que ela não merece que eu me vingue, eu vou quebrar a sua cara, porque eu já convidei a maldita Granger. E eu não estou nem um pouco afim de ir conversar com ela mais uma vez.
~*
-Hey, Mione! – chamou Ron, que estava sentado no sofá em frente a lareira, ao ver a amiga passando. A garota foi até o ruivo e sentou-se ao seu lado.

-Quem você está esperando? – ela perguntou curiosa. – E cadê o Harry? – ela passou os olhos pelo salão comunal, mas não encontrou o amigo moreno.

-Ele já foi! Eu estava te esperando par irmos jantar juntos, a não ser que você já tenha compromisso. Ah, não, é você. Então não tem problema. – Ron sorriu zombeteiro – Brincadeira, Mione! Eu sei que você vai arranjar um par e vai esfregá-lo na minha cara. Se não arranjar, vai ser minha escrava. Vou até ficar com dó de você se isso acontecer.

‘Acho que estamos tendo distúrbios de personalidades em Hogwarts, não é possível. Ron malvado, Draco legalzinho. Em que mundo estamos?’ a morena pensou consigo mesma.

-Vamos, então! – disse ela, depois os dois se levantaram e juntos seguiram para o salão principal. Lá procuraram Harry e ficaram meio envergonhados ao encontrá-lo quase aos beijos com Gina. Faltava muito pouco para que eles se beijassem. E o clima da mesa esfriou quando a morena e o ruivo se sentaram. Logo depois de Mione e Ron, chegaram Luna, Lilá, Parvatil e Dino, esfriando mais ainda o clima. Aquela noite, o jantar fora um dos mais divertidos. Todos pareciam empolgados com o baile e não pareciam preocupados com os exames, o que era bom, ou não.

Depois do jantar, todos voltaram aos seus dormitórios, com exceção dos monitores. Eles ficaram de fora para já fazerem a ronda já que o jantar aquela noite havia durado um pouco mais.

-Amanhã você vai me ajudar a estudar Transfiguração, não vai? – perguntou Ron a Mione, enquanto faziam a ronda.

-Eu ajudo. Você ta com muita dificuldade?

Mas Ron não conseguiu responder, pois alguém se aproximou e começou a chamar a morena. ‘Oh sangue-ruim. Vem aqui!’ Os dois amigos nem precisaram se virar para saber que era Draco Malfoy. Ron já ia começar a discutir com o loiro, mas Mione o impediu, falando que no salão comunal os dois conversavam sobre a matéria e depois, foi em direção do loiro, entediada. Vendo que a amiga estava indo na direção de Malfoy, Ron se virou e continuou sua ronda.

-O que você quer, encapetado? – ela perguntou, ainda entediada.

-Eu não falei para você me esperar no Hall de Entrada?

-Ah, falou. Mas era pra te esperar mesmo? Você ficou me esperando?

-Você se julga muito importante, não? É óbvio que não! Eu passei no Hall e você não estava como eu mandei.

-E você pensa que manda em mim?

-A partir do momento que você é meu par, eu mando. E você, como uma boa serva, obedece, a não ser que queira ir sozinha.

-Antes só do que mal acompanhada.

-Há, se você pensasse assim, você não teria aceitado meu convite.

-Ah, Malfoy, vai pro inferno! – Mione disse, empurrando o loiro para longe, mas ele pegou o braço e a puxou para si. Ficaram os dois frente a frente, os olhares fixos, em silêncio, por um momento.

-Quantas vezes você já ficou assim com alguém Granger? Nenhuma? Não me espanta. Como alguém gostaria de alguém como você? Se eu te beijasse ia ser um favor que faria a você. E você ia lembrar-se de mim com ódio pelo resto da vida por ter dado seu primeiro beijo. Ou quem sabe, ia lembrar-se com suspiros. – o loiro apertou o corpo de Mione mais forte contra o seu. A morena não sabia o que fazer, não sabia como reagir. Seus olhos mostravam seu espanto. Draco foi aproximando mais o rosto, mas Mione caiu em si e o empurrou para longe.

-Você pirou? – ela perguntou, livrando-se dos braços do loiro. – Quem é você? – ela se virou e saiu andando rápido, com o coração batendo mais forte. Vendo a garota se distanciar, Draco abriu um sorriso malicioso.
~*
Os dias que se seguiram foram a mesma coisa. Apenas uma prova por dia, sem nenhuma aula durante o resto de tempo vago. Os jantares eram sempre muito divertidos, mesmo não tendo muito diferença de um jantar normal. Infelizmente, nem todos foram divertidos, pois na sexta, Mione acabou tendo que jantar com Draco Malfoy. O Baile já estava próximo e ela precisava ‘mostrar a Hogwarts’ que ela tinha um par. Ela passou o jantar quieta, ou pelo menos tentou. Mas tanto o loiro quanto os amigos dele pareciam querer desesperadamente acabar com a noite da morena. Às vezes ela respondia, mas a maioria das vezes ficou quieta. Eram muito contra uma.

Deu graças a Merlin quando o jantar terminou. Praticamente foi a primeira a levantar-se e a primeira a sair do salão. Como todas as outras noites, o jantar fora até mais tarde, por isso, nem voltou para o salão comunal, já ficou para fazer a ronda noturna. Quando finalmente achou que tinha se livrado de Malfoy, ele apareceu para irritá-la mais.

-Achei que você poderia ser um pouco menos chata. Mas isso deve ser impossível para alguém como você – disse ele, zombeteiro. A morena nem olhou para ele. Decidiu voltar a filosofia de ignorar pessoas como Draco. Mas ele não gostou de ser ignorado e a puxou pelo braço, apertando-o. – Você olha pra mim quando eu estiver falando com você!

-Eu estou olhando. – irônica, ela disse, sorrindo. Porém, Draco não se deu por satisfeito, e a puxou contra o corpo, como sempre fazia quando ela não lhe dava atenção. Sorrindo sarcástico, olhou fixo nos olhos da morena. Durante aquela semana, a morena aprendera a reagir mais rápido quando Malfoy a agarrava, mas daquela vez o loiro fora mais rápido. Puxou-lhe o rosto e a beijou. Os olhos da garota arregalaram e o mais rápido que conseguiu, empurrou-o para longe.

-IDIOTA! Agora eu vou lembrar que meu primeiro beijo foi com um estúpido. – ela limpou a boca, irritada.

-Vai dizer que você não gostou do favor que eu te fiz.

-Cala a boca, garoto.
~*

Deitada em sua cama, no dormitório, Mione tentava esquecer a cena que havia passado com Draco naquela noite, mas o loiro oxigenado não lhe saia da cabeça e o gosto dele não deixava seus lábios. Estava com muita raiva dele. Como conseguia fazer algo tão desprezível assim? E o que estava acontecendo com ela? Por que estava pensando tanto em Draco, não apenas naquela noite, mas durante a semana toda. ‘Maldito cupido! Por ele não, por favor’ Mas o estrago já estava feito e o coração já estava flechado.

No dia seguinte, sendo sábado, não havia exame, então Mione decidiu passar a tarde nos jardins para relaxar e esquecer o que acontecia com ela. Mas nem lá, Draco Malfoy a deixou em paz. Ele parecia querer estar presente em todos os momentos para atormentar a garota.

-E como está sendo seu primeiro dia depois do seu primeiro beijo? – ele perguntou como sempre sarcástico, sentando-se na mesma distância que sempre sentava.

-Péssimo. E agora piorou.

-Mau humor tem remédio, sabia?

-Ah tem? E qual é? – ela perguntou irônica e irritada. Draco se aproximou e colocou a mão no rosto da morena e a outra na cintura dele.

-Esse. – depois de falar, ele a puxou e a beijou. Mione ia afastá-lo, mas não conseguiu. Infelizmente, o toque dele enlouqueceu-a, ela seguiu o impulso de aceitar o beijo e retribuí-lo. Ela fechou os olhos e passou os braços pelo pescoço do loiro, deixando-o guiá-la. A língua de Draco mexia de um lado para o outro, ensinando a Mione como fazer. As mãos de Draco acariciam o corpo da morena deixando-a arrepiada. A sensação era boa, mas como tudo que é bom, logo a acabou.

-Draco! – alguém falou, com choro na voz. O loiro virou-se para ver quem era e vendo que era Pansy, levantou-se rapidamente, deixando Mione no chão, espantada. – Você já ta com outra... Você ta com essazinha.

-Se você pode ter outro, porque eu não posso. Agora, licença. O clima aqui já congelou. – o loiro se virou e saiu andando para longe das duas garotas. Pansy olhou Mione de cima a baixo, e deu uma risadinha falsa. Depois se virou e seguiu Draco. A morena só ficou observando os dois sonserinos irem embora, não entendendo o que estava acontecendo. Foi então que Ron se aproximou. Sua expressão não era muito amigável, ele não estava na contente.

-Mione, você ta com o Draco? – o ruivo nem se sentou, foi direto.

-É o que parece? – ela disse irônica. Ron deu um suspiro de irritação, virou-se e foi embora. A morena nem se importou para onde ele estava indo. Mas devia ter se preocupado..

(continua)

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