Sem aconselhamento ou sem alguém pra praticar, como saber se você está se tornando boa no assunto? Como avaliar qual a melhor hora para arriscar um beijo ou quando é hora de parar? Então, o que há realmente em um beijo?
Como tudo começou
A maioria dos especialistas concorda: não há um único autor do beijo. Não é algo que foi inventado - assim como a eletricidade ou o telefone. Não existe um Senhor Beijo, alguém que possa ter colocado seu nome no ato de encontrar seus lábios com os de outra pessoa. De fato, a origem da palavra "beijo" provavelmente remonta às primeiras sílabas dos primeiros seres humanos, algo que pode se considerar como derivado do som de dois cabeludos homens da caverna deixando suas clavas cair e apertando seus rostos barbudos umm contra o outro. O que permanece como motivo de discussão entre filósofos, antropólogos e historiadores é a razão pela qual se começou a beijar.
Primeiro, temos as teorias excêntricas, que vão desde as mais superficias até aquelas que não tem nada que ver com a realidade.
A síndrome do suor
O troféu de "teoria mais sem cabimento" vai para a que conta que, na Idade da Pedra, a pele de outra pessoa era uma excelente forma de sal sempre à mão. Como o sal retém a água, mantendo assim a temperatura do corpo, presumia-se que o Sr. e a Sra. Neanderthal tenham começado a se beijar para se manterem frescos. Se essa teoria estiver certa, como se explica que eles continuassem a se beijar mesmo depois que se o sol se punha, quando as noites se tornavam frias e eles não tinham outra alternativa senão entrar juntos debaixo da pele de urso?
Viciados em Sebum
O prêmio de melhor trama vai para esta teoria, que proclama que somos todos viciados em sebum, um lubrificante quimico natural produzido pelo corpo e secretado pelos lábios. Assim, beijamos simplesmente para ter um pouquinho desse lubrificante... Sim, certo!
Casamento de almas
A teoria mais elegante, mas que não funciona como resposta, provém de um encantador ponto de vista espiritual. Ela proclama que, antigamente, acreditava-se que a respiração continha a alma e a força da pessoa. Assim, o ato de trocar a respiração em um beijo era visto como um casamento de almas. Embora seja muito romantico, como argumento de discussão não funciona. Mas é lindo né *-*
Não existe uma prova concreta de por que começamos a nos beijar. Como beijar é um ato intimo, é pensamento corrente que os primeiros beijos (do tipo usado para comprimentar) foram um sinal de confiança. Autorizar alguém a ficar tão próximo significaria mostrar que você não tinha medo de que ele o mordesse ou atacasse pelas costas. Atualmente, poderiamos dizer que a razão pela qual continuamos nos beijando é porque gostamos do beijo. Depois de adultos, escolhemos continuar beijando porque isso nos dá prazer. Independentemente do motivo, nós nos beijamos há muito, muito tempo, e inumeras culturas ao redor do mundo contribuiram para escrever a historia do beijo.
• Na Roma Antiga, o beijo era usado para cumprimentar não apenas amigos ou famílias, mas também estrangeiros com quem se cruzasse nas ruas e até mesmo os vendedores de porta em porta.
• Na mesma época, no Egito, mal se ouvia falar em beijar. Acredita-se que Cleópatra, famosa por seus muitos amantes, nunca tenha beijado nenhum deles.
• Durante a Idade Média, na Itália, se um homem beijasse uma mulher em público, tinha de se casar com ela.
• Quando americanos e ingleses escrevem uma carta a um amigo, não terminam mandando "Beijos para você" como normalmente nós fazemos, fazem apenas um xxx ou xoxo e todo mundo entende que isso significa que está mandando beijos. Essa prática começou na Idade Média, quando a maioria da população era analfabeta. Se alguém precisava assinar seu nome em um acordo, fosse de terras ou de mercadorias, a pessoa simplesmente colocava um "X" no lugar do nome e beijava o contrato em sinal de sinceridade.
• A grande praga que assolou Londres em 1665 pôs um fim no popular hábito de se beijar. O medo de pegar essa doença fatal de um vizinho ou amigo fez com que as pessoas começassem a tirar o chapéu, curvar-se, fazer reverências e apertar as mãos como novos gestos populares de cumprimento.
• Em 1979, David Bowie inventou o Lipograph, que consiste em imprimir a marca dos labios no papel, simbolizando um autógrafo "intimo". Um leilão de Lipographs famosos realizados na América, para levantar fundos para a Fundação Sabe the Children arrecadou US$ 16,000. Só um "beijo" de Mick Jagger foi arrematado por US$ 1,600.
Beijos de classe
Na Idade Média, beijar era um cumprimento que dependia do relacionamento entre as pessoas, e também da classe social delas. Quanto mais baixo o seu status, mais longe do rosto você deveria se manter. Beijos na boca eram trocados entre iguais; você beijaria a mão de alguém um pouco acima de você; alguém ainda mais acima de você mereceria um beijo no joelho; e aqueles para quem você não passasse de simples pó (notadamente os religiosos) você deveria beijar os pés ou o chão aos pés deles. Foi desse costume que se originou a expressão "Beijo o chão que você pisa".
A terminologia do Beijo
Segundo os verdadeiros connaisseurs do ato de beijar, existem inúmeras coisas que um candidato a beijoqueiro precisa saber, a terminologia inclusive, isto é, o jeito "certo" de se referir ao beijo:
Filematologia: o estudo do beijo
Oscular: ato de beijar
Ósculo: nome latino para o beijo, muito usado em tempos passados
Beijo de lingua: usado principalmente entre pessoas que se amam (ou não kk)
Selinho: beijo afetuoso, bocas fechadas.