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terça-feira

Apostas do Destino (parteIII).

Apostas do Destino
Capítulo 3

O clima do jantar naquela noite não foi muito bom. Ron não havia esperado Mione para ir ao salão, forçando a morena a ter que esperar Draco. O loiro não sorriu ao ver a garota, o que fez com que ela ficasse triste no seu interior, embora não soubesse. Os dois sentaram-se na mesma mesa que Thomas. Jantaram o mais rápido que conseguiram, parecia até combinado. Já haviam terminado de comer quando Pansy e Ron se aproximaram da mesa e se sentaram. Ficaram os cinco na mesa: Hermione, Draco, Thomas, Pansy e Ron, se olhando, em silêncio.

-Então, Malfoy, agora que você já conseguiu o que queria, você já pode terminar com essa daí e contar a verdade pra ela. – Pansy foi a primeira a falar, quebrando o silêncio.

-E você também Mione, pode contar também. – disse Ron.

-Contar o que? – perguntaram Draco e Mione, em coro. E foi em coro que Ron e Pansy responderam.

-O seu segredo. – Mione e Draco arregalaram os olhos e ficaram em silêncio. Mais uma vez, quem quebrou o silêncio foi Pansy.

-Se você não contar, eu conto. – ela disse, olhando feio para o loiro. – O Thomas me contou tudo. O Draco queria se vingar de mim e apostou com o Thomas que iria te conquistar fácil, fácil. – Ron então olhou para Pansy, triunfante.

-Sabe que a Mione apostou uma coisa também? Ela apostou que ia arranjar um par para o baile muito rápido.

Mione olhou para Draco furiosa e Draco retribuiu o olhar. A morena se levantou da mesa e saiu do salão, correndo e chorando. Saiu do castelo e correu para os jardins. Seu coração batia forte e ela sentia uma dor imensa nele. Parou perto de uma das árvores. Lágrimas de frustração escorriam pelos seus olhos.

Hermione então se sentou em baixo dessa árvore em frente ao lago. Seus olhos castanhos estavam cheios de lágrimas e olhavam os próprios pés, meio escondidos pela capa. Ela não se importava de estar sentada no chão e de possivelmente estar sujando a roupa que usava, ela só queria se esconder de todos. A noite estava fria, mas ela não sentia o vento bater-lhe o corpo. A luz da lua não iluminava o suficiente, impedindo-a de perceber que um vulto se aproximava devagar pela penumbra.

Não iria perceber que ele estava por perto por causa do tamanho da angústia que sentia, porém, o vulto acabou pisando em falso e fazendo barulho ao tentar ficar em pé. Assustada com o som dos galhos se quebrando que o vulto fizera, ela engoliu o choro e olhou para o lado, na direção de onde vinha o barulho.

-Malfoy. – ela disse, reconhecendo-o. O loiro não sorriu sarcástico como costumava fazer ao ver a morena com os olhos molhados. Seus olhos estavam cerrados, pareciam piores que o de costume. Sua expressão era de tristeza e necessidade de vingança e perto de Mione, ele fez questão de olhar para baixo para olhar seus olhos.

A garota se levantou com dificuldade, e já de pé olhou no fundo dos olhos dele. Ela também carregava a mesma expressão de Draco e seus olhos saltavam em direção dele, querendo mais que tudo destroçá-lo em mil pedaços. Apertou as mãos com força, guardando a vontade apenas para si.

Os olhares de ambos se perderam no brilho da lua que era refletido nos olhos dos dois. Mas o desejo de vingança era tanto que eles ignoraram esse pequeno instante de perdição e logo voltaram a ser quem eram. Por um momento, eles ficaram em silêncio, sem agir, a respiração ofegante, os olhares cerrados, os dentes a mostra, cerrando-se também. Mas isso não durou por muito tempo.

A garota juntou toda a vontade e a força que tinha na mão direita e liberou tudo junto com sua raiva no rosto do loiro. Ele até tentou se defender, percebendo o movimento, mas a mão da morena fora mais rápida e os cinco dedos dela ficaram marcados nele. Com o rosto latejando, ele voltou-se irado para a garota. Empurrou com força contra a árvore e a segurou lá, com a respiração mais ofegante do que antes.

-Você é mais estúpido do que eu imaginava – ela disse, em meio a tentativas de respiração. O loiro a largou então.

-Eu te desprezo! – ele falou e depois foi embora.
~*

O loiro havia acabado de sair do Salão Principal, os olhos ainda furiosos por tudo que estava acontecendo. Primeiro Granger, a sua Granger; desde quando ela era de Draco, ele não sabia, mas algo nela havia feito com que a visão de mundo dele mudasse, algo em Hermione havia prendido-o a ela, mas a raiva pelas apostas feitas não permita que ele destruísse mais o seu orgulho. E agora isso.

-Draco! – ele escutou alguém o chamando, e sabia quem era, mas se recusara a virar-se. – Espera, deixa eu te explicar! – o loiro, no entanto, não parou por causa do chamado, apenas parou porque Thomas, a pessoa quem o estava chamando, foi mais rápido e apareceu na frente dele, forçando-o a diminuir o passo.

-Fala de uma vez, não vou gastar meu tempo com você. – Draco foi frio com o amigo.

-Desculpa Draco, eu sei que isso não vai reparar meu erro, mas eu sempre fui afim da Pansy, não deveria ter feito aquilo, mas eu fiz. Ela me enlouquecia, eu a queria mais do que tudo.

-E isso foi motivo o suficiente para você me trair. – a resposta de Draco foi mais seca do que Thomas esperava, deixando-o sem fala. Foi Draco que continuou – E eu achava que vocês não se davam bem, Pansy estava sempre pisando em você, mas essa foi a forma que vocês encontraram de me enganar não foi? E o pai daquele filho é você, não é? – os olhos de Draco estavam escuros de fúria, amedrontando o amigo, que não respondeu a pergunta. – E a aposta foi apenas um jeito de me tirar do caminho, não foi? – Draco pegou com força no braço de Thomas, esperando por uma resposta, mas esse continuava calado. – Responde! – ele o chacoalhou com força.

-Não era isso que eu queria que acontecesse. É exatamente tudo isso que você falou, mas eu não esperava que a Pansy continuasse a querer você, esperava que ela fosse desistir. Não era para ela desistir da aposta, era para você ficar com a vadia da Granger.

Draco não se conteve, socando o rosto de Thomas com toda a força de seu corpo. Não sabia se o impulso que o tomara fora pelo que Thomas fizera com Pansy ou se fora pelo jeito que ele falara de Hermione, a única coisa que tinha certeza era que não poderia ter feito melhor, virando as costas e se afastando do outro.
~*
Os dias seguintes foram os piores da vida de Mione. Apesar de Draco não a zoar, ela sentia que faltava algo. Ela não conseguiu fazer nenhum dos exames, não por não saber resolver, mas por falta de vontade. Seus pensamentos estavam em outro lugar. Estava desiludida e mal conseguia olhar de frente para Draco. Não sabia o que estava sentindo e não queria sentir. Na verdade, não sabia o que queria. Por mais que não quisesse aquele sentimento, queria sentir de novo o que havia sentido ao beijar Draco. Era complicado demais para explicar. O garoto fizera o mundo da garota desandar.

-Por que eu tinha me apaixonar por ele? Por quê? Por que ele? Você podia ter me deixado de lado, podia não ter brincado com meu coração. Maldito cupido. Que Merlin o castigue.

Mione estava andando em direção do banheiro feminino do quarto andar. Estava num intervalo entre suas aulas então não precisava correr. Triste e entediada, ela entrou no banheiro e foi até a primeira pia. Depois de lavar as mãos e o rosto, seco-os e ficou olhando seu reflexo no espelho. Já havia voltado a ser o que era, já estava feia novamente. Não importa quanto tentasse, ela nunca seria bonita suficientemente para alguém olhá-la de verdade.

Ela encostou a mão no vidro, passando-a pelo seu reflexo, como se com os dedos ela pudesse melhorar suas feições, mas não conseguiu o impossível, tirando a mão o espelho. Triste, colocou as mãos sobre a pia e olhou para os pés. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Quebrando o silêncio, ouviu alguns passos se aproximando e de repente, parando. Olhou para o espelho novamente. Como ele era direcionado para a porta, ao fundo viu o reflexo dele. Achou que era apenas uma ilusão sua, por isso, virou-se para a porta e se surpreendeu vendo que era ele mesmo. Por mais incrível que parecesse era Draco Malfoy mesmo. O loiro não tinha expressão alguma no rosto. Ele se aproximou em silêncio e, frente a frente com Mione, olhou fundo nos olhos dela. A morena não soube o que fazer. Não sabia se o mandava para longe ou se o abraçava. O loiro parecia estar no mesmo dilema.

-Eu não sei o que você fez comigo, mas eu não consegui parar de pensar em você durante esses dias. Fiquei perdido entre a razão e a emoção, mas eu decidi que não vou deixar você. A aposta foi antes de nós. Se você não me quiser, me diga agora. Mas eu vou esperar o quanto for necessário. – ele falou, ofegante. Mione não respondeu, parecia não estar entendendo o que Draco falava. O loiro ficou esperando a resposta, mas ela não veio. Ele então se distanciou da garota e, em silêncio, saiu do banheiro, deixando-a sozinha, pensativa.

~*

Finalmente, depois de tantos exames, a noite do baile chegara. O castelo todo estava se preparando para o evento. Tanto alunos, professores quanto fantasmas estavam animadíssimos para a festa. Parecia que apenas Mione não estava animada com o baile. Enquanto todos se apressavam para se arrumar, a morena estava sentada em um dos sofás do salão comunal. Ron já estava pronto, estava apenas esperando Lilá para ir pro salão. Então, ele viu a amiga sentada, triste e solitária. Foi até ela e sentou-se ao lado.

-Não fica assim. Você vai se divertir muito hoje! – Mione não falou nada – Olha, eu retiro a aposta. Você pode ir sozinha que você não vai perder nada! – mas a garota continuou quieta. O ruivo então tirou uma pequena caixinha do bolso. – Ah, mandaram te entregar.

A garota virou-se para ver o que era. O pequeno embrulho reluzia na mão de Ron. Ela hesitou em pegar, mas o garoto insistiu e falou que não era dele, era de outra pessoa, depois se levantou e desapareceu da vista da garota no salão.

Mione abriu o presente devagar, com medo do que havia dentro. Mas seus olhos brilharam ao ver o que era. Dentro da caixinha havia um anel, uma aliança. Ela a retirou a caixa e olhou a parte de dentro, onde estava escrito ‘Draco e Hermione’. Seus olhos brilharam ainda mais. Decidida, colocou o anel no dedo anular e se levantou. Ainda tinha tempo.

~*

Draco estava no Hall de Entrada, inquieto. Ron havia acabado de passar e avisou-lhe que tinha dado tudo certo. Mas ele continuava inquieto. De costas para a escada, ele preferia não olhar para não se decepcionar, mas então algo em seu interior mandou-lhe se virar. E quando se virou, seus olhos brilharam. Hermione estava parada no alto da escada. Usava vestido longo de cor lilás. Era colado e tinha várias camadas de tecido fino e solto. Estava maravilhosa. Aquele vestido deixava-a perfeita. O cabelo arrumado e solto concluía o trabalho que o vestido começava. Ela sorria, o vestido a embelezava e, em sua mão, algo reluzia. E Draco sabia o que era.

Mione desceu as escadas devagar e andou em direção de Draco. Frente a frente com o loiro, ela sorriu. Ele então pegou na mão da Mione, a que estava com a aliança e perguntou, olhando fundo em seus olhos.

-Hermione, você quer ir ao baile comigo?

A garota abriu um sorriso ainda maior. ‘Ah, com você eu até namoro!’. O loiro sorriu de volta, abraçou-a e depois a beijou. Mione retribuiu e se sentiu mais completa do que na primeira vez. Era ele e mais ninguém. E ele sabia disso.

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